segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

AMOR É UM BOLSO ROTO


Dizem que o amor, para ser completo, deve resultar de um cruzamento perfeito entre a intimidade, a paixão e o compromisso.
Ser-se íntimo, experimentar juntos momentos privados daqueles que não se voltam a repetir.
Viver uma paixão que se arraste no tempo e que nos permita guardar memórias que não conseguiremos substituir.
E compromisso, de uma forma tão intensa que não possamos livrar-nos desse amor jamais.

Visto por esta perspectiva, acho que é exatamente esse o sentimento que nutro por aquelas peças de roupa do mais velho que há, mas que mantenho apaixonadamente no roupeiro com esperança de que um dia voltemos a ser felizes em alguma ocasião.
Acreditei tanto nisso que hoje arrisquei a vestir um casaco desses que compõem a coleção de monos que guardo em casa, e tive a prova de que às vezes os amores não conseguem resistir ao tempo. Na verdade, o amor dá é cabo de nós.
Apesar da expectativa, senti-me um frasco de mofo, vinda de 1995 e espremida dentro de uma camisa de forças. E ainda verti uma lágrima quando descobri um bolso roto que escondia uma moeda de 100 escudos, uma caixa de fósforos e um talão do Faro shopping.
Ganhei rugas hoje.
Até amanhã!

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